Sou mulher, brasileira, ateia e
feminista. Sou julgada e sofro preconceito por todos esses motivos. Cada um no
seu tempo e no seu lugar. Já me acostumei com isso embora todas as vezes me
sinto extremamente indignada. Já sofri preconceito em imigrações por ser
brasileira, já disseram que casei pra ganhar um passaporte europeu. Já ouvi
falar que vou pro inferno
porque não acredito em Deus. E por aí, vai... Mas de todas essas barbaridades o
que mais me indigna é a violência contra a mulher. E, pra piorar, a violência
não vem só de homens mas também de mulheres que julgam as outros pelas suas
roupas, seu peso e seu comportamento.
Já imagino pessoas falando: lá
vai a feminista. Sim, sou mesmo, feminista porque luto pelos direitos das
mulheres. Direito de se vestir como quer sem ser chamada de puta, periguete e
sem os caras se acharem no direito de assoviar, falar palavras grosseiras ou me
sentir culpada por ser estuprada porque estava vestindo algo que chamava a
atenção. Direito de trabalhar no que eu quiser e receber o mesmo salário que um
homem. Direito de ser mãe e também o direito de não ser. Direito pelo meu
corpo. Direito por estar acima do peso sem ser chamada de gorda ou me sentir
feia. Direito de votar e ser votada. Direito de não ser a única que limpa a
casa quando não se mora sozinha. Direito de dividir as obrigações de cuidar dos
filhos com o marido.
É isso, meus caros, que é ser uma
feminista. Não é achar que o mundo não precisa de homem, esse conceito é totalmente equivocado e faz o
trabalho de todas nós, que lutamos pra valer pelos nossos direitos, virarem
piadinhas desrespeitosas. E mulheres, que criticam as outras pelas roupas, pelo
tanto de caras que a outra foi pra cama, por estarem “gordinhas”, por acharem
que a mulher não tem direito de não querer ser mãe, vocês são as que mais me
preocupam porque são vocês que cospem em todo o avanço que nós já conseguimos.
Nós somos mulheres mas o importante é que nós somos seres humanos. E por favor,
parem de dar brinquedinhos que ensinam suas filhas a cuidarem da casa e ensinem
aos seus meninos como tratar uma mulher. Feminismo não é uma questão de opção
radical e sim uma questão de respeito à todas as mulheres.
" O
machismo é um mal que se aprende e está em você poder eliminá-lo".
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